Depois de um sono longo e reparador (tomámos uns comprimidos para dormir uma vez que o cansaço nos estava a dificultar a possibilidade de um sono descansado), fomos dar uma volta pelos Ghats à beira do Ganges.
Estávamos ao cimo do Ghat principal, onde se cremam corpos durante todo o dia e noite, quando o Phill resolve fotografar o Ganges. Ora, o pessoal que ali estava achou que ele estava a fotografar a cremação (o que é proibido) e de imediato fomos interpelados por um bando de rapazes com ar de poucos amigos que não paravam de reclamar com o Phill e que nos queriam levar para sabe-se lá onde. Saímos dali a correr e descemos para a beira do rio.
Estávamos ao cimo do Ghat principal, onde se cremam corpos durante todo o dia e noite, quando o Phill resolve fotografar o Ganges. Ora, o pessoal que ali estava achou que ele estava a fotografar a cremação (o que é proibido) e de imediato fomos interpelados por um bando de rapazes com ar de poucos amigos que não paravam de reclamar com o Phill e que nos queriam levar para sabe-se lá onde. Saímos dali a correr e descemos para a beira do rio.
Durante o resto da nossa estadia em Varanasi fomos sendo interpelados por um outro par de rapazes que assistiram à cena da manhã e que nos acusavam de profanar um acto religioso (cheguei a ver o caso mal parado quando um novo bando nos rodeou, impossibilitando de sair dali, e disse que ia chamar o chefe deles): por fim, o Phill conseguiu pôr cobro àquela loucura e disse que não tinha fotografado prática religiosa nenhuma e que não percebia como é que a religião deles, sendo tão apologista da tolerância os levava a ser tão violentos e desrespeitadores (na verdade, o que eles queriam era que lhes déssemos dinheiro para nos deixarem em paz)… enfim, tudo se resolveu com amaeaça de chamar a polícia.
No resto da manhã ainda conhecemos o responsável por um dos Ghats que nos proporcionou uma explicação formidável sobre o ritual das cremações e se revelou um anfitrião excelente (o fulano já dizia que era meu irmão e tudo…). Depois da manhã agitada, lá regressámos ao hotel para partirmos para a visita guiada pelos becos e templos hindus de Varanasi.
Confesso que foi maravilhoso entrar naqueles templos (onde, acima de tudo, se adora o falo – ou “Lingam” – de Shiva) e ver os rituais, as cores, conhecer o panteão de deuses hindus (muito por alto), sem ter medo de praticar mais algum acto profano , graças à presença e instruções do nosso guia…
Ora, o nosso guia merece uma referência mais alongada: era um senhor muito afável e simpático com ar de paizinho de família mas que passou o tempo todo a falar de sexo: como no Ocidente era tudo mais liberal, como as pessoas faziam sexo constantemente como pessoas diferentes, como os rapazes emprestavam as respectivas namoradas uns aos outros sem ninguém se chatear e por aí fora…
Lá acabei por lhe explicar que a realidade é bocadinho diferente desse panorama mas acho que ele não ficou muito convencido… Ainda explicou como o cinema pornográfico tinha conhecido um “boom” (até desviou o nosso percurso dos templos hindus para nos mostrar um cinema pornográfico e tudo, LOL!) e queria levar-nos a comprar filmes pornográficos na candonga: enfim, foi uma tarde enriquecedora.
Para concluirmos o passeio o guia levou-nos ao armazém de um amigo que exporta peças de seda para as grandes casas de moda europeias (a seda de Varanasi é conhecida pela sua qualidade). Confesso que foi LINDO: dei por mim estendido num colchão a beber chá coberto de lenços de seda com os padrões mais arrebatadores que alguma vez vi (até aprendi a fazer o teste para reconhecer seda verdadeira e tudo): saímos de lá fascinados.
Regressámos para o Hotel, de onde partimos para o passeio de barco pelo Ganges ao anoitecer: foi um espectáculo de luz, cor, som e espiritualidade (até fizemos uma oferta ao Ganges e tudo!).
Voltámos ao Hotel e fomos dormir, partilhando o nosso quarto com o par de osgas que ali se instalou (estávamos tão cansados que nem fomos jantar).