domingo, 22 de agosto de 2010

21 de Agosto - Jai Hind


A viagem até Londres correu sem sobressaltos, e o mesmo sucedeu com a viagem de Londres para Lisboa.

Fez ontem um ano que regressámos e ainda não vesti nenhuma das "kurtas" que comprámos em Goa. Revejo as fotografias vezes sem conta e as saudades da Índia são uma constante: o coração salta sempre que passo por uma loja com cheiro a incenso ou janto num restaurante indiano. A banda sonora do "Aaj Kal" entrou no meu carro no primeiro dia em que o conduzi depois de regressar e nunca mais de lá saiu.


Encontrei o Phill num jantar de aniversário duas semanas depois de termos regressado e foi estranho sentar-me à mesa com ele sem termos que escolher pratos picantes num menu escrito no inglês mais original possível.


Nos primeiros dias procurava uma vaca perdida na estrada sempre que saía à rua e sentia que o suor continuava a escorrer-me em bica corpo abaixo. Fiz e farei muitas viagens. No entanto, nenhuma será como esta, uma vez que o coração ficou por lá... Nunca regressou a Lisboa.


Resta-me contar-vos um segredo: já não existe tempo ou espaço. Porque é sempre madrugada e eu estou num comboio algures na Índia, encostado à minha mochila, a receber o vento no rosto e a ouvir uma conversa em hindi, com um copo de "chai" na mão.

sábado, 21 de agosto de 2010

20 de Agosto - I surrendered to India


Acordei com o coração apertado: o último dia na Índia.
Acabámos de arrumar o que faltava nas malas (era a última vez que faríamos uma mala naquela viagem) e pedimos à Recepção para nos chamar um táxi. Chegados ao aeroporto de Mumbai era a altura de estoirar as rupias que ainda tínhamos: comprei CD's da Lata Mangeshkar e da Asha Bhosle, figuras cimeiras da canção indiana de Bollywood (que, na verdade, são também duas irmãs que têm tido uma relação bastante complicada), comprei um livro ("Damage", de Amrita Kumar) e algumas revistas de actualidade indianas (entre as quais a "Times of India").
Fui-me encharcar em pizza e cerveja (Kingfisher, pois claro, que estes gajos estão em todo o lado!) e depois lá aguardámos pela hora do nosso vôo.
A hora do embarque foi estranha: senti que deixava um bocado de mim naquele país e ao mesmo tempo que levava tanto mais comigo.
O avião levantou vôo: Londres era o destino.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

19 de Agosto - Mumbai (India's Big Apple)

Chegámos a Mumbai e seguiu-se a já costumeira confusão para arranjarmos o Táxi (não por falta de oferta mas por nos parecerem todos uma data de aldrabões)…

Mais pontapé menos pontapé lá enfiámos as malas no táxi e seguimos para o Hotel que tínhamos escolhido no Lonely Planet. As casas de banho são partilhadas mas o espaço é asseado, sossegado e perto do centro.

Pousamos as coisas e depois do merecido banho seguiu-se a abençoada investida pela Cidade: AMEI! Mumbai é o exemplo acabado da osmose entre a Índia e o Ocidente. A confusão das grandes metrópoles orientais, com as suas bancas de rua e comerciantes anda de mãos dadas com grandes avenidas, jardins e cafés cosmopolitas.

Comprei uns selos para a Carla e fomos até a um Mcdonald’s (sim… confesso que já tinha saudades de comida assim). Aí chegados percebemos que em Mumbai os saris vão sendo substituídos pelas calças de ganga e mini-saias, e as kurtas por camisas de corte italiano e t-shirts de hip-hop.

No regresso fomos abordados por um fulano que nos proporcionou a compra da viagem: dvd’s com pornografia oriental (segundo ele afiançava)!!! A piada é que segundo a legislação indiana não se pode levar pornografia para o País nem adquiri-la lá. Eu achei que valia o risco e entre os risos e palavreado incompreensível dos fulanos que estavam na banca comprei TRÊS, lololol! Como vinham em caixas brancas e eram gravados poderia sempre alegar que pensei que estava a comprar o “Música no Coração” ou coisa que o valha…

Voltámos ao Hotel e tratámos da reserva para o último jantar a dois na Índia… nada menos que o melhor: Indigo! Reserva feita e fomos descansar…

Após o despertar seguiu-se nova banhoca, o trajar de fatiota a rigor e lá fomos nós passear mais um bocado. Resolvemos tomar um copo no célebre “Leopold’s” e aí confesso que, mesmo sem ter ainda abandonado o País, já tinha o coração apertado com as saudades que se avizinhavam.

À chegada ao “Indigo” ficasmos pasmos: o sítio é lindíssimo (especialmente em comparação ao que vínhamos habituados no último mês), tínhamos dois empregados por nossa conta e o menu tinha o meu nome!!! Ok… eles escreveram-no mal porque não o soletrei por telefone e ficou: “Dinner with Louis”…. mas o que interessa é a intenção!

Jantámos do bom e do melhor, acompanhado de excelentes vinhos (o meu era Chileno, que a oferta local não despertava grande interesse) e de seguida fomos caminhar um pouco mais a pé, para sentir o último anoitecer indiano.

Novo regresso ao hotel para um sono descansado antes do regresso ao Ocidente.


(o Táxi típico de Mumbai)
(Victoria Station)

(um dos muitos jardins de Mumbai)


(pormenor de uma Avenida - Mumbai)

(pôr-do-sol em Mumbai)

(Leopold's - Mumbai)

(o meu prato @ Indigo - Mumbai)

(e o do Phill)

(casa de banho do Indigo - onde não se tinha que cagar de cócoras!!!)

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

18 de Agosto - Farewell Udaipur (ou o prazer ayurvédico)

Acordámos e, uma vez mais, fizemos as malas (felizmente, pela penúltima vez: confesso que estas lides já me estão a deixar cansado).

Tomámos o pequeno-almoço e chamámos um táxi para nos levar ao Palácio das Monções. O taxista parou a meio do caminho e perguntou se nos importávamos de levar connosco a filha e os dois netos, que moram no sopé da colina do Palácio das Monções (adoro o à-vontade indiano!)…

O Palácio encontra-se em obras, com vista à sua conversão num hotel, mas o passeio vale pelo panorama que oferece sobre os lagos e a cidade, bem como sobre as inúmeras montanhas à volta da colina… e vimos tantos macacos! E bem mais giros que os de Jaipur ou de Varanasi, diga-se de passagem…

Regressámos a Udaipur e fomos almoçar. De seguida voltámos às compras (comprei um cd e uma gravata de seda tããããoooo fixe) e ao fim da tarde tivemos o nosso momento Zen: uma massagem ayrvédica!!!

Entre a massagem, os óleos e os aromas acho que atingi o Nirvana! Saímos dali meio a cambalear e fomos jantar a um restaurante que fica no terraço mais elevado da cidade, onde encontrámos um casal de portugueses (é tão raro isso acontecer que quando os encontramos ficamos horas a falar).

Passámos pelo hotel para irmos buscar as malas e rumámos para a estação, para aquela que é a última viagem de comboio desta odisseia. Após as voltinhas do costume lá nos instalámos com as nossas coisas e fomos dormir.

As imagens do passeio:






sexta-feira, 16 de abril de 2010

17 de Agosto - Passeio no Pichola

Acordámos e, depois do pequeno-almoço, fomos comprar bilhetes para a viagem de barco pelo Lago Pichola. Antes de irmos para o barco ainda fomos a umas lojas do Palácio, onde aprendemos o significado dos 3 animais frequentemente representados nas pinturas feitas pelos artistas locais: o Elefante (símbolo de Jaipur) representa a Sorte, o Cavalo (símbolo de Udaipur) representa o Poder e o Camelo (símbolo de Jaisalmer) representa o Amor… confesso que continuo sem perceber qual o critério de associação de cada animal a cada cidade e a cada poder. Fiquei com a sensação de que é tudo uma grande fantochada para turista ver.

Ainda passeámos pelos jardins do Palácio e depois descemos ao cais. Aí apanhámos o barco que nos levou a passear pelo Pichola, permitindo-nos ver de perto o Palácio do Lago e dar um passeio pela Ilha de Jasmandir, onde existe um pequeno hotel encantador!

Regressámos do passeio e fomos almoçar para nos entregarmos, de seguida, a uma merecida sesta. Depois de acordar fomos lanchar e depois rumámos a um Ghat ali próximo onde assistimos a um espectáculo tradicional do Rajastão: foi uma explosão de ritmo, cor, dança e partilha cultural…

De seguida fomos jantar ao “Cool Restaurant”, um restaurante que fica num terraço perto da rua do nosso hotel, onde comi uma “Galinha Mughlai” excelente, acompanhada de uma cerveja local, a “Kingfisher”, com um teor alcoólico inferior a 5 % e servida numa garrafa de 1,5 l!

Hotel e cama.

(Palácio do Lago ao amanhecer - Udaipur)

(será que isto explica porque é que há menos cócó em Udaipur que nas outras cidades?)

(vaca festivaleira!)

(o nosso hotel visto do Pichola)

(Palácio do Lago - Udaipur)

(Ganesh!!! Ilha de Jasmandir)

(Ilha de Jasmandir)

(Ilha de Jasmandir)

(Ilha de Jasmandir)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

16 de Agosto - Udaipur, a cidade onde o cócó não é (tão) abundante

(Pálácio do Lago visto do nosso hotel - Udaipur)

(Palácio da Cidade)

(páteo do nosso hotel)


(varanda do páteo do hotel)

(escadaria de um templo em Udaipur)

(pormenor de um templo em Udaipur... eles são loucos por elefantes!)

(pormenor do templo - Udaipur... eles não são nada obcecados por sexo...)

(Palácio da Cidade - Udaipur)

(entardecer em Udaipur visto do nosso hotel)

(pôr-do-sol em Udaipur)

(Palácio do Lago ao anoitecer - Udaipur)
Chegámos de manhã cedo a Udaipur (por volta das 6h00) e seguimos para a "Lal Ghat Guest House", onde já havíamos reservado um quarto. O sítio é fenomenal: fica num palacete situado num "Ghat" com dois páteos lindíssimos, varandas trabalhadas e o nosso quarto tinha uma vista soberba para o Lago Pichola e Palácio do Lago.

Mandámo-nos de imediato para a cama e dormimos a manhã toda... Quando acordámos fomos almoçar a de seguida fomos passear pela Cidade. Udaipur passou para o topo do "ranking" das cidades visitadas: é um conjunto de ruas estreitas repletas de casas apalaçadas que se debruçam sobre o lago (para além de ser a mais limpa de todas).

Fomos ainda visitar o Palácio da Cidade, uma homenagem de pedra aos poderosos Maharanas de Mewar, também com vista sobre o lago e sobre as inúmeras montanhas de verde luxuriante que o rodeiam Udaipur. Torna-se fácil imaginar os tempos em que tigres e elefantes abundavam por aquelas paragens.

Optámos por jantar num outro hotel, com restaurante no terraço, onde servem uma excelente galinha coinhada das mais diversas formas... Nessa noite descobrimos a pancada da malta desta Cidade, que todas as noites tem inúmeros hotéis a passar o "Octopussy", que foi ali filmado.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

15 de Agosto - Movie time!

Acordámos e pedimos e informámos a recepção de que iríamos tomar o pequeno-almoço no quarto (decretámos que este dia seria de “total relax”).

De seguida fizemos as malas e pusemos de parte mais roupa para entregarmos às Missionárias da Caridade de Jaipur, onde fomos logo de seguida . Quando voltávamos das Missionárias passámos por um McDonald’s e pareceu-nos uma excelente ideia fazer um corte na degustação de cozinha indiana e permitir ao paladar um contacto com algo ocidental (dentro do possível, pois claro: o hambúrguer mais ocidental é o McChicken Maharaja e mesmo assim tem uma pequena dose de picante).

Quando saíamos do MacDonald’s reparámos que havia uma multidão que se dirigia para o Jag Mandir (um Cinema que o Lonely Planet descrevia como o ícone do Cinema Hindi): de imediato pensámos que uma sessão de cinema indiano seria a forma mais tradicional de passar um feriado nacional na Índia!

Após 1 hora de espera na fila para bilheteira (uma nota de atenção para as filas separadas de homens e mulheres… a malta não quer cá apalpões nem roça-roça no meio dos apertos, eheheh!), lá comprámos os bilhetes e entrámos no cinema mais piroso que já vi em toda a vida: quando ali entramos ficamos com a ideia de que estamos a entrar num bolo de noiva… chega a ser giro de tão piroso que é!

Fomos ver o “Aaj Kal – Love”, filme dentro do tipo piroso e em hindi (sem legendas em Inglês). A verdadeira experiência está à nossa volta: eles tiram fotografias, atendem o telemóvel, riem-se, peidam-se, cospem para o chão, falam com as pesonagens do filme, dançam… enfim, fazem de tudo um pouco durante o filme. A propósito: ADOREI o filme!

Quando saímos dali fomos até à estação confirmar o nº dos nossos lugares no comboio dessa noite. Depois regressámos ao Hotel, jantámos e fomos apanhar o comboio para Udaipur.

(Raj Mandir por fora)

(o cartaz do filme)

(interior do Jag Mandir)


(interior do Jag Mandir - pormenor)

(interior do Jag Mandir)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

14 de Agosto - return to Jaipur

(Jaipur - uma das portas da Cidade)


Chegámos a Jaipur às 5h da manhã e rumámos ao “Athiti’s”, onde já havíamos ficado na semana anterior. Resolvemos regressar a Jaipur para fazermos a ligação com Udaipur e porque nos pareceu uma cidade segura quando lá estivéramos anteriormente.

Fomos dormir e acordámos às 10h… um sono que me soube pela vida! De seguida tomámos um fantástico pequeno-almoço no terraço e fomos até à rua para eu comprar uma mala maior (pois… o consumismo das semanas anteriores a isso obrigou).

Já artilhado com uma mala maior, não me inibi de rumar com o Phill para o centro da cidade para fazermos mais compras. A partir da meia-noite celebra-se o aniversário de Krishna e o Dia da Independência, pelo que toda a cidade se encontrava repleta de cor, música e animação (e umas imagens do “Baby Krishna” que nos deram motivo para rir até hoje!)…

Como sempre, a sessão de compras terminou connosco a travar conhecimento com metade dos comerciantes de uma das ruas principais e tivemos oportunidade de conhecer o Vittorio (nome artístico) que é um pintor de arte Mogol e que nos convenceu a atravessar umas vielas manhosas com ele para nos ir mostrar o seu atelier (que ficava numa dependência minúscula ao cimo de um vão de escadas das traseiras de um prédio), onde pude comprar duas pinturas dele.

Quando anoiteceu voltámos a atravessar a Cidade para regressar ao Hotel, fomos jantar e dormir de seguida.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

13 de Agosto - A despedida de Jaisalmer e do deserto

Acordámos e, após um magnífico pequeno-almoço, fomos dar mais uma volta pela Cidadela de Jaisalmer (o local é encantador de tão pitoresco), aproveitando para visitar os magníficos Templos Jain.

Os templos são de uma minúcia arquitectónica soberba e é fenomenal pensar que ainda hoje são usados para o culto e oração (a paz reina lá dentro). Saídos do complexo de templos lá nos fomos estragar, uma vez mais, nas compras e, de seguida, fomos almoçar num terraço acolhedor com vista para a cidade e para o deserto.

De seguida fomos ao Hotel buscar as malas e rumámos à estação para comprar bolachas e seguir para o comboio. Uma vez instalados com as bagagens e a caminho Jaipur mordiscámos as ditas das bolachas e fomos dormir.

(templos Jain - pormenor)

(templos Jain - pormenor)

(templos Jain - pormenor)

(templos Jain - pormenor)

(templos Jain - pormenor)

(estão em todo o lado... nada a fazer!)

(templos Jain - pormenor)

(templos Jain - pormenor)

(templos Jain - pormenor)

(templos Jain - pormenor)

(templos Jain - pormenor)

(o terraço do restaurante em Jaisalmer)