quinta-feira, 5 de novembro de 2009

4 de Agosto - O irmão (mais um) e a chegada ao Rajastão

Na noite anterior o Phill travou conhecimento com um casal indiano e eu adormeci ao som da conversa deles. De manhã acordei com algo que não sentia há algum tempo: cheiro a cremes e a higiene, lol! Eram umas turistas que estavam a tratar da sua higiene matinal.

Desci da minha prateleira e juntei-me ao Phill no banco de baixo. Passado um pouco entrou um grupo de homens que se sentou ao nosso lado. Como sempre, começaram a meter conversa e aqui o Luís deu-lhes logo a trela toda: o tradutor deles era um Professor Universitário de Ciência Política, de 30 anos. Com ele viajavam um Professor de Hindi, um de Sociologia e outro de Química.

Com a típica falta de noção de privacidade que caracteriza este povo, começou de imediato a perguntar-me nome, idade, origem, profissão, estado civil, ordenado, etc… Tudo isto para passar ao tema que parece obcecar estes gajos: SEXO.

Perguntou-me se tinha muito sexo, se as mulheres no Ocidente eram tão fáceis como se diz, se tinha tido muito sexo em Goa com as estrangeiras, se tinha tido sexo nas outras cidades indianas por onde visitei… enfim, uma panóplia de perguntas que surgiam de uma visão distorcida (ou exagerada) das condutas sexuais no Ocidente.

Depois de lhe esclarecer algumas curiosidades sobre a vida familiar em Portugal (ficou chocado quando lhe disse que bebia álcool à frente do meu pai e que a minha mãe fazia o mesmo), disse-lhe que não tenho grandes vícios: não fumo, não me drogo, acredito na fidelidade e não me embebedo todos os dias (só nalguns)…. Acabou por concluir que era um gajo de “Low living and high thinking”. A partir daí a conversa evoluiu e foi delicioso estar ali a debater com ele sobre a essência da felicidade e o que, de facto, é importante na vida.

Explicou-me que era brâmane e que por isso não bebia álcool e era vegetariano e falou-me um bocado sobre a vida dele. Ao fim de algum tempo já os amigos dele gozavam connosco a dizer que para além de sermos parecidos (ele também é baixinho e usa barba), falávamos os dois pelos cotovelos, e que, por isso, devíamos ser irmãos… Foi o segundo irmão que fiz em 2 dias (o responsável por um dos Ghats que nos deu a lição sobre os rituais de morte Hindus também me abraçou no fim e disse que éramos irmãos em espírito, lol!): com a família a aumentar desta maneira este ano não sei como é que vou fazer com as prendas no Natal!

O meu 2º irmão e os amigos saíram na estação antes de Jaipur entre uma confusão de abraços e gargalhadas e nós, chegados ao nosso destino, fomos tratar da reserva do comboio para Jaisalmer: tivemos que fazer aqui a 1ª alteração ao nosso plano de viagem e acabámos por reservar bilhetes para Jodhpur e de Jodhpur para Jaisalmer (não havia comboios directos).

Saímos da estação e rumámos ao Hotel, que havíamos reservado entretanto por telefone: a primeira impressão de Jaipur foi a de ser a cidade mais limpa onde havíamos estado até à data, com pessoas mais simpáticas e vendedores mais respeitadores e menos insistentes.

O quarto do Hotel acabou por ser o melhor onde estivemos em toda a viagem. Comemos algo, fomos dar uma volta pela cidade (onde constatámos que no Rajastão o calor é mais seco) e voltámos para Hotel, para tomar banho e dormir: o dia seguinte começava cedo.

(o despertar no comboio)

(mulheres a carregar bilhas de água - foto tirada do comboio)

(Lonely Planet - o responsável pelo sucesso da viagem!!!)

(malta a viajar no telhado do comboio... pois, tal como nos filmes!!!)

(eles adoram pô-las a trabalhar... foto tirada do comboio)

(traje tradicional do Rajastão - foto tirada do comboio)

(quarto do Hotel em Jaipur)

2 comentários:

  1. Estou quase quase a desejar ir à India

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  2. Gostei muito de Jaipur, mas infelizmente sempre que se fala da cidade a imagem que me é de um elefante a mandar uma grande mija...e que mija aquilo parecia nunca mais acabar.

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